A aprendizagem de uma segunda língua pode ter um efeito positivo sobre o cérebro, mesmo que seja absorvida na idade adulta. Os investigadores descobriram que a leitura, a fluência verbal e a inteligência foram melhoradas num estudo com 262 pessoas testadas, com 11 anos de idade ou nos seus setenta. Um estudo anterior sugeriu que ser bilingue poderia atrasar o início da demência por vários anos.

A grande questão neste estudo era se a aprendizagem de uma nova língua melhorava as funções cognitivas ou se os indivíduos com melhores capacidades cognitivas eram mais susceptíveis de se tornarem bilingues.

aprender uma segunda língua
APRENDER UMA SEGUNDA LÍNGUA

EFEITOS

Os resultados indicam que aqueles que falam duas ou mais línguas têm capacidades cognitivas significativamente melhores. Os efeitos mais fortes foram vistos na inteligência geral e na leitura. Os efeitos estavam presentes naqueles que aprenderam a sua segunda língua cedo, bem como mais tarde na vida. O padrão encontrado era “significativo” e as melhorias na atenção, foco e fluência não podiam ser explicadas pela inteligência original.

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA: KRASHEN

Stephen Krashen (University of Southern California) é um especialista no campo da linguística, especializado em teorias de aquisição e desenvolvimento da língua. Grande parte da sua investigação tem envolvido o estudo da aquisição de línguas não-inglesas e bilingues. Durante os últimos 20 anos, publicou mais de 100 livros e artigos e foi convidado a proferir mais de 300 conferências em universidades dos Estados Unidos e Canadá. A teoria amplamente conhecida e bem aceite de Krashen sobre a aquisição de línguas secundárias teve um grande impacto em todas as áreas de investigação e ensino de línguas secundárias desde os anos 80.

AS PRINCIPAIS IDEIAS DE KRASHEN

A aquisição de línguas não requer o uso extensivo de regras gramaticais conscientes e não requer exercícios enfadonhos. A aquisição requer uma interacção significativa na língua-alvo – comunicação natural – em que os falantes se preocupam não com a forma das suas afirmações mas com as mensagens que transmitem e compreendem. Os melhores métodos são, portanto, aqueles que fornecem “input compreensível” em situações de baixa ansiedade, contendo mensagens que os estudantes querem realmente ouvir. Estes métodos não forçam a produção precoce na segunda língua, mas permitem aos estudantes produzir quando estão ‘prontos’, reconhecendo que a melhoria advém do fornecimento de informação comunicativa e compreensível, e não de forçar e corrigir a produção.

No mundo real, as conversas com falantes nativos simpáticos são muito úteis para os estudantes.