A aprendizagem de uma segunda língua pode ter um efeito positivo sobre o cérebro, mesmo que seja absorvida na idade adulta. Os investigadores descobriram que a leitura, a fluência verbal e a inteligência foram melhoradas num estudo com 262 pessoas testadas, com 11 anos de idade ou nos seus setenta. Um estudo anterior sugeriu que ser bilingue poderia atrasar o início da demência por vários anos.
A grande questão neste estudo era se a aprendizagem de uma nova língua melhorava as funções cognitivas ou se os indivíduos com melhores capacidades cognitivas eram mais susceptíveis de se tornarem bilingues.
![aprender uma segunda língua](https://lisbonlanguagecafe.pt/wp-content/uploads/2022/10/Leaning-a-second-language-1024x512-3.jpg)
EFEITOS
Os resultados indicam que aqueles que falam duas ou mais línguas têm capacidades cognitivas significativamente melhores. Os efeitos mais fortes foram vistos na inteligência geral e na leitura. Os efeitos estavam presentes naqueles que aprenderam a sua segunda língua cedo, bem como mais tarde na vida. O padrão encontrado era “significativo” e as melhorias na atenção, foco e fluência não podiam ser explicadas pela inteligência original.
TEORIAS DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA: KRASHEN
Stephen Krashen (University of Southern California) é um especialista no campo da linguística, especializado em teorias de aquisição e desenvolvimento da língua. Grande parte da sua investigação tem envolvido o estudo da aquisição de línguas não-inglesas e bilingues. Durante os últimos 20 anos, publicou mais de 100 livros e artigos e foi convidado a proferir mais de 300 conferências em universidades dos Estados Unidos e Canadá. A teoria amplamente conhecida e bem aceite de Krashen sobre a aquisição de línguas secundárias teve um grande impacto em todas as áreas de investigação e ensino de línguas secundárias desde os anos 80.
AS PRINCIPAIS IDEIAS DE KRASHEN
A aquisição de línguas não requer o uso extensivo de regras gramaticais conscientes e não requer exercícios enfadonhos. A aquisição requer uma interacção significativa na língua-alvo – comunicação natural – em que os falantes se preocupam não com a forma das suas afirmações mas com as mensagens que transmitem e compreendem. Os melhores métodos são, portanto, aqueles que fornecem “input compreensível” em situações de baixa ansiedade, contendo mensagens que os estudantes querem realmente ouvir. Estes métodos não forçam a produção precoce na segunda língua, mas permitem aos estudantes produzir quando estão ‘prontos’, reconhecendo que a melhoria advém do fornecimento de informação comunicativa e compreensível, e não de forçar e corrigir a produção.
No mundo real, as conversas com falantes nativos simpáticos são muito úteis para os estudantes.